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Um estudo realizado pelo Afro-Cebrap (Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial), com apoio da Fundação Lemann e da Imaginable Futures, revela que a presença de lideranças negras e indígenas no Poder Executivo Federal aumentou significativamente nas últimas duas décadas e meia. De 1999 a 2024, o percentual de líderes negros e indígenas no governo passou de 22% para 39%. Embora o avanço seja notável, a pesquisa também aponta que ainda persiste uma predominância de homens brancos, que representam 35% das lideranças, superando a sua participação na população geral, que é de 20,58%, segundo o Censo Demográfico de 2022. Acesse aqui o estudo.
O estudo, intitulado “Lideranças Negras no Estado Brasileiro (1995-2024)”, se baseia em dados quantitativos e qualitativos e analisou os quadros de liderança dos ministérios federais durante sete gestões presidenciais. Apesar do crescimento, a pesquisa destaca que a desigualdade racial aumenta à medida que se sobe na hierarquia dos cargos públicos. Nos postos de maior autoridade, por exemplo, a participação de pessoas negras permanece reduzida, com homens não brancos representando 16% em 2024, um pequeno aumento em relação aos 10% em 2014. Já as mulheres negras, embora também apresentem avanços, ainda são minoria, com 11% de presença nos cargos mais altos em 2024.
Entre os fatores que impulsionaram esse crescimento estão o aumento do acesso de famílias negras ao Ensino Superior e a ampliação das redes de mobilização política, além da experiência técnica acumulada por esses profissionais ao longo dos anos como servidores públicos. Contudo, a pesquisa revela que, apesar dessas conquistas, o sistema continua favorecendo os homens brancos. Isso se reflete em ministérios como o da Fazenda e das Relações Exteriores, que ainda mantêm mais de 50% de suas lideranças compostas por homens brancos. Já a liderança negra e indígena é mais representada no Ministério dos Povos Indígenas (39%) e em ministérios como Cultura e Esporte (21%).
A pesquisa qualitativa, que envolveu 58 lideranças negras entrevistadas, aponta que, apesar de a maioria dessas lideranças virem de classes populares, elas enfrentam barreiras significativas para acessar os principais postos de poder. As histórias compartilhadas evidenciam a dificuldade de ascender a cargos de alto escalão, sendo que, para essas lideranças, a meritocracia nem sempre é suficiente para superar as estruturas excludentes da “branquitude” que predominam nas esferas de poder. Flavia Rios, coordenadora da pesquisa, destaca a importância do estudo, afirmando que ele traz uma visão inédita sobre o desenvolvimento de carreiras políticas para os negros no Brasil, revelando tanto os avanços quanto os obstáculos persistentes.
Para a vice-presidente de Equidade Racial da Fundação Lemann, Alessandra Benedito, o aumento na presença de pessoas negras e indígenas nas lideranças é um avanço, mas ainda longe de ser suficiente. A Fundação enfatiza que políticas públicas focadas em garantir a permanência dessas lideranças em cargos públicos são essenciais para a promoção da equidade racial e de gênero no Brasil. O estudo também sugere a criação de políticas de formação contínua e monitoramento da presença de negros em altas carreiras, além da promoção de mais pesquisas acadêmicas que contribuam para a formulação de estratégias de inclusão nas esferas de poder.
O estudo completo traz uma série de recomendações para garantir que as lideranças negras e indígenas possam não apenas acessar, mas também permanecer nos postos de decisão dentro da administração pública federal, com o objetivo de transformar a estrutura política do país e reduzir as desigualdades raciais e de gênero.
(Redação Nota Social com informações da Assessoria de Imprensa)
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