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Imagine um oceano sem baleias. Sem seus cantos misteriosos ecoando pelas águas, sem sua presença imponente cruzando os mares, sem seu impacto vital nos ecossistemas marinhos. Não é segredo que amamos as baleias, elas não são apenas fascinantes — elas desempenham um papel essencial na manutenção da vida nos oceanos e na saúde do planeta.
Durante séculos, porém, essas gigantes foram caçadas sem qualquer piedade e quase levadas à extinção. A luta para protegê-las tornou-se um dos marcos do movimento ambientalista global, e o Greenpeace esteve na “maré” de frente dessa batalha desde os anos 1970.
A caça comercial de baleias devastou as maiores espécies do mundo, levando algumas à beira da extinção na primeira metade do século XX. O surgimento de arpões explosivos tornou essa indústria ainda mais destrutiva do que em qualquer outro período da história.
Com a caça descontrolada, a Comissão Baleeira Internacional (CBI) foi criada em 1946 para regulamentar essa prática. No entanto, levou 20 anos para os países envolvidos reconhecerem o desastre e concordassem em proteger a baleia-azul, que já estava praticamente extinta.
Em 27 de abril de 1975, o Greenpeace lançou a primeira campanha anti-caça às baleias do mundo, partindo de Vancouver. A missão marcou o início do movimento global “Salve as Baleias”, que culminou na proibição da caça comercial em 1986.
A missão foi um sucesso. “Pela primeira vez na história da caça às baleias”, relatou o The New York Times:
“Seres humanos arriscaram suas vidas pelas baleias”.
Rex Weyler (em pé) com Bob Hunter à direita, enquanto o Phyllis Cormack e a tripulação retornam a Vancouver da campanha de caça às baleias de 1975. O Vega se afasta à distância, para a esquerda.
O Greenpeace já havia ganhado notoriedade ao protestar contra testes nucleares no Alasca, e foi nesse momento que Bob Hunter, um dos fundadores da organização, conheceu o pesquisador Dr. Paul Spong, que havia estudado orcas em cativeiro e concluiu que esses animais eram extremamente inteligentes e sociais.
Os ativistas do Greenpeace infiltraram-se em frotas japonesas e registraram imagens chocantes da caça de baleias sob o pretexto de “pesquisa científica”. Essas imagens ajudaram a pressionar a Comissão Baleeira Internacional (CBI) a estabelecer uma moratória global sobre a caça comercial.
Após mais de uma década de pressão do Greenpeace e outros grupos ambientais, a CBI aprovou a proibição da caça comercial de baleias. Esta foi uma das maiores conquistas ambientais do século XX.
Quatro alpinistas do Greenpeace fazem rapel na frente do hotel Sheraton em Auckland, onde acontecia uma reunião da IWC.
Essa proibição entrou em vigor em 1986 e é um dos sucessos de conservação definidores dos últimos cem anos. Foi também um acordo inovador entre países para controlar o que acontece em “alto mar”; as quais são as áreas além das fronteiras nacionais.
Em 1991, o Greenpeace atuou na Austrália para impedir os testes sísmicos da BHP, uma das maiores empresas de mineração e petróleo do mundo, em busca de petróleo no mar. O nosso navio Rainbow Warrior enfrentou o navio Western Odyssey da BHP, conseguindo interromper os testes sísmicos.
Ação do Greenpeace na Austrália contra os testes sísmicos da gigante petrolífera BHP em 1991. Graças ao esforço da equipe, os testes sísmicos foram impedidos de continuar nesta ocasião.
Além da moratória, o Greenpeace foi fundamental na criação do Santuário de Baleias do Oceano Antártico, uma área de 50 milhões de quilômetros quadrados onde a caça comercial é proibida. No entanto, a caça de baleias para “pesquisa científica” era permitida e o governo do Japão continuou a fazê-lo.
Em 2005, o Greenpeace continuou a documentar o enfraquecimento da moratória sobre a caça comercial de baleias e do santuário de baleias do Oceano Antártico.
Durante o Southern Ocean Tour, o navio MY Esperanza, do Greenpeace, lutou para expor o envolvimento contínuo de empresas na indústria baleeira.
Barcos infláveis do navio MY Esperanza, do Greenpeace, seguram faixas e utilizam todas as medidas disponíveis durante o Southern Ocean Tour de 2005, em uma tentativa de encerrar a caça às baleias e fazer com que esta seja a última vez que o Santuário seja invadido por baleeiros.
Não poderíamos deixar de citar nossos feitos brasileiros por aqui. A campanha Deixe as Baleias Namorarem, lançada pelo Greenpeace em 2009, foi essencial na luta para proteger Abrolhos, berçário das baleias jubarte.
Octavio Aburto / International League of Conservation Photographers / Greenpeace
Em 2019, o leilão da ANP ofereceu blocos de petróleo próximos ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos, desconsiderando as recomendações contrárias do Ibama e ações judiciais do Ministério Público Federal. Embora o leilão não tenha atraído propostas para exploração, a região continua vulnerável aos interesses da indústria do petróleo.
As baleias enfrentam não só as ameaças históricas da caça e da poluição plástica, mas também os riscos cada vez maiores da mineração em águas profundas.
Precisamos garantir que os governos continuem investindo na conservação desses animais e no fortalecimento da moratória. As baleias não pertencem à indústria da caça, mas aos oceanos. Cada uma dessas gigantes do mar carrega consigo séculos de história e um papel fundamental na regulação do ecossistema marinho. Quando protegemos as baleias, estamos protegendo os oceanos — e, por consequência, a vida na Terra.
Fonte: Greenpeace
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