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*Roberto Ravagnani
A Copa do Mundo de Clubes da FIFA está em busca de 700 voluntários para integrar a equipe do torneio histórico, que acontecerá neste verão no estádio Mercedes-Benz. Se você sempre sonhou em estar próximo dos principais times globais de futebol, essa pode parecer uma oportunidade perfeita.
Essa notícia chamou minha atenção hoje em diversos jornais brasileiros. No entanto, a imagem criada pela IA para ilustrar a matéria não condiz com a realidade, pois, ao meu ver, não há motivos para os voluntários estarem felizes com esse convite. Minha crítica se direciona à organização do evento, mais do que às pessoas que escolhem ser “voluntárias”.
Considerando que o menor estádio utilizado na Copa do Mundo comportará 27.980 torcedores, com o ingresso mais barato custando R$ 365,00, a arrecadação total, caso todos os ingressos sejam vendidos, será de R$ 10.212.700,00. Já o maior estádio tem capacidade para 104.000 pessoas, com ingressos que podem chegar a R$ 2.445,50. Ao longo dos 104 jogos previstos, a arrecadação total será astronômica, sem contar as cifras milionárias advindas dos patrocínios. O montante arrecadado pela FIFA é inimaginável.
Embora a FIFA, por lei, seja uma organização sem fins lucrativos, não vejo qualquer esforço significativo para minimizar custos ou desenvolver um trabalho social consistente que a habilite a receber voluntários. Ainda mais grave, esses voluntários não terão direito a assistir aos jogos, nem acesso a alojamento ou transporte. Isso nos leva a questionar: por que alguém se voluntariaria para esse evento? Por que um evento dessa magnitude precisa de voluntários?
Não faz sentido que um torneio que movimenta bilhões de dólares solicite trabalho voluntário, especialmente quando não há nenhuma ação social ou comunitária envolvida. Trata-se, na verdade, de um exemplo clássico de exploração do voluntariado por uma entidade que claramente não precisa desse recurso, utilizando-se dele apenas para aumentar ainda mais seus lucros.
Infelizmente, esse é apenas mais um caso de uso equivocado do voluntariado, transformado em ferramenta de marketing para organizações que não necessitam desse tipo de mão de obra. Uma pena, pois a FIFA poderia realmente fazer algo construtivo pela causa, dando visibilidade a projetos sociais legítimos, em vez de se apropriar do conceito de voluntariado de forma distorcida.
Por outro lado, muitas pessoas se interessam e se candidatam a essas vagas, orgulhando-se de serem voluntárias em um evento meramente comercial. É difícil mudar essa mentalidade, mas é fundamental alertar que esse evento não merece o apoio de voluntários, pois não há nenhuma justificativa para isso.
Portanto, antes de se voluntariar para qualquer ação ou organização, reflita, pesquise e verifique se você não está sendo apenas utilizado como parte da estratégia de marketing da entidade. O voluntariado deve ser um ato genuíno de contribuição social, e não um instrumento para maximizar lucros de grandes corporações.
*Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), Consultor, fala de ESG, Voluntariado, Sustentabilidade. Construtor de “pontes”.
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